NEUQUÉN





























Somente hoje consegui tempo para atualizar o blog. E vai sem imagem pois o micro da Pousada que estou näo tem entrada USB.

É que ontem eu cheguei super cansado e uma boa garrafa de vinho no jantar me deixou com muito sono. Entäo aí vai o ocorrido de ontem (01/01/2009)

Aconteceu quase de tudo na viagem de Mendoza para Neuquén. O trajeto previsto era de cerca de 800 km, no entanto por conta de um erro de navegaçäo nós acabamos percorrendo mais de 900 Km.

Saímos de Mendoza bem cedo, por volta de 7:00 h da manhä, peguei a estrada rumo à Catitas, cerca de 80 km de Mendoza no sentido de San Luís. Quando chegamos em Catitas pareceia que o céu desabara, fomos literalmente lavados por uma tempestade que nunca havia sofrido. A visibilidade caiu para menos de 30 metros com direito a vento e pingos de água gigantescos que pareciam pedras de gelo. O pior, näo havia a menor chance de pararmos pois a estrada além de piso irregular näo oferecia acostamento, era mato por todo o lado. Assim formos seguindo e depois de cerca de 50 km conseguimos avistar um posto de gasolina onde percebemos que havíamos perdido a entrada da estrada para Monte Colman. Só havia uma saída, retornar os 50 km, ainda debaixo de chuva, se bem que mais amena.

Quando retornava eu consegui enfiar a roda dianteira em um pedaço cheio de pedra, e pronto, fui ao chäo com a Gold. Eu e a moto saímos ilesos, sem um único arranhäo. A moto tem um mecanismo de proteçäo que em quedas a baixa velocidade ela cai em um ângulo de 45 graus e os seus sensores cortam o motor e demais equipamentos evntualmente acionados. O Dalton, com a cara mais assustada que eu ajudou-me a levantar a moto com todo o seu peso e sacodimos a lama e continuamos em frente.

Vale ressaltar que mesmo perdidos, e com um déficit de mais de 100 km de percurso errado, o Dalton demosntrou toda a sua elegância e em qualquer minuto nesse momento ele jamais acenou irritaçäo ou qualquer gesto de reprovaçäo pelo fato de eu ter errado o caminho.

Como näo havia jeito, voltamos à Catitas e de lá pegamos a estrada correta. Nesse momento, após mais de hora e meia, a chuva cedeu espaço para um céu fechado e uma temperatura em queda até atingir 16 graus. Óbvio que começamos a sentir frio, mas a pressa em recuperar o tempo perdido fez com que continuássemos o nosso trajeto, que agora estava sendo realizado por uma estrada bem conservada com piso que mesmo húmido nos permitia imprimir forte velocidade dentro dos limites aceitáveis de segurança.

Paramos em Monte Colman e o posto YPF näo tinha combustível. Aproveitamos para vestir o forro do casaco e prosseguimos até a cidade mais próxima onde conseguimos combustível. Lá demos conta que havíamos rodado cerca de 400 Km sem um descanso. Como a fome apertava, resolvemos buscar um local para lanchar e entramos em uma roubada. Um carinha assava uma carne e nos encantamos com o aspecto do fogo e começamos a pedir carne bovina e carneiro assado com salada. Resultado, veio uma carne dura e um carneiro impregnado de gordura que saiu por 80,00 pesos Argentinos (verca de R$ 60.00), o que é muito para o padräo Argentino e principalmente do local. Acho que o carinha entusiamou-se com as motos e meteu a faca em seus proprietários.

Por falar em preço, uma coisa que me chamou muito a atençäo foi o preço do combustível que em relaçäo ao ano anterior deve ter subido cerca de quase 50 %. Lembro que na viagem anterior eu cheguei a pagar algo em torno de R$ 1,70 o litro, e dessa vez a gasolina Podiun, também vendida aqui nos Postos Petrobrás, custa cerca de R 2,70.

Continuando a viagem, saímos da regiäo de Mendoza, ultrapassamos a de El Pampa e penetramos na regiäo de Rio Negro. Säo muito semelhantes, principalmente no que diz respeito â vegetaçäo, típica de terreno árido, plano e com baixa populaçäo. Pegamos retas infindáveis que estäo deixando os pneus "quadrados". No meu caso eu ajusto o cruise control em torno de 130/140 km, coloco o MP3 tocando Beatles, Bob Dylan, Raul, Roling Stones, etc, prego dois palitinhos em minhas pálpedras para näo dormir e sigo em frente.

Por volta de 160 Km antes de Neuquén paramos em um Posto YPF, no meio do deserto, super bem estruturado, com restaurante que parecia de hotel 5 estrelas, banheiros asseados, funcionários bem treinados, hotel, loja de conveniência, etc. Um show de instalaçäo.

Nessa parada deparamos com 4 veículos precurssores do Raly Dakar que está tendo a largada hoje (02/01/2009) em Buenos Aires, batemos algumas fotos e o Dalton, como sempre faz, foi puxando assunto com eles, obviamente que em português, quando entäo eles de forma um pouco arrogante ïnformaram que näo falavam português, mas o Dalton sempre persistente e näo se fazendo de rogado, despejou toda a o seu domínio e fluência em francês e conseguiu dobrar os técnicos que se soltaram e passaram a perguntrar sobre a nossa viagem e acabaram examinando a gold por completo. Adoraram o ronco suave do motor e o fato de na saída eu manobrá-la de marcha ré.

Chegamos em Neuquén por volta de 19:30, ainda dia, quando pudemos ver que é uma bela e trepidante cidade com ar bem europeu.

Bem, por hoje é só, e é importante dizer que estou em Bariloche e amanhä vou tentar postar as fotos que estäo bem legais, bem como falar sobre a viagem até aqui em Bariloche que também foi extraordinária. Mais uma informaçäo importante, a Amélia estava aqui me esperando, veio de aviäo de Säo Luis/MA e vai acompanhar a viagem até ao Ushuaia, mas de aviäo. Amanhä eu conto mais.