9.566 Km por 4 países da América do Sul











Bem amigos, cheguei hoje (27/01/2008) após rodar 9.566 Km por 4 países da América do Sul. Muito aprendi, mas isso eu conto depois. Por enquanto o que eu posso adiantar que uma coisa que muito me chamou a atenção foi a quantidade de gente que viaja de moto pela América do Sul. É gente de todo o lado: da França, da Inglaterra, da Itália e tem alguns que se fazem valer de qualquer tipo de moto. A que mais me chamou a atenção foi uma vespa (lambreta) que um casal de Uruguaios estava usando na jornada deles. Eles improvisaram uma lata de lixo de plástico tamanho gigante na traseira para arrumar a bagagem e sairam percorrendo as estradas rodando a 70 Km por hora, e só estavam preocupados com o fato da vespa estar fazendo apenas 28 km por litro de combustível. Fiquei imaginado a coragem desse casal que com um veículo tão inapropriado se lança em epopéias que alguns, com suas motos possantes acham que fazem muito quando percorrem 200 km em um fim de semana. Eles já haviam rodados mais de 8.000 km em um mês e pretendiam andar outros tantos.

Nesse sentindo, também cabe um elogio especial a essas fabulosas mulheres que corajosamente enfrentaram essa epopéia: duas delas dirigindo as menores motos do grupo (uma shadow 600 e uma CB 500); uma outra na totalidade do percurso dirigindo um Ford Ecosport puxando uma carretinha de reboque de motos, que felizmente não foi utilizada, e a Amélia, que mesmo presente em apenas uma parte do percurso foi extremamente determinada e corajosa o suficiente em encarar quase 500 Km de garupa de moto e outros 1.700 km de carro.
Aos comandantes Mafra e Bruno que pacientemente souberam proporcionar a todos uma feliz e segura viagem.
Agradeço ainda aos demais companheiros que muito me ensinaram.





Depois de ficarmos duas noites em Punta del Este e com um certo aperto no coração, aquele bem digno dos que sentem que estão terminando uma aventura, nos dirigimos para o Brasil. Mas antes eu tomei um bom café da manhã com a Amélia, o último da viagem com ela, já que ela tomaria o avião em Montividéo com destino à Brasília.


Rumamos para o Brasil por Chuí/RS, nesse sentido continuamos a percorrer boas estradas só nos lembramos que havia estradas ruins quando entramos em território brasileiro. Que pena, mas é a dura realidade.


Fizemos o procedimento de aduana no Uruguai e fomos direto para o Ibis de Porto Alegre


No dia seguinte, as 6:00 h da manhã em ponto partimos em direção à Santa Catarina pela free way POA - Osório, uma estrada de fazer inveja às estradas de SP. Nessa eu tive que parar por duas vezes para tentar arrumar o farol auxiliar que teimava em cair, o que acabou acontecendo e marcando a pintura do meu para lama dianteiro. Acabei arrancando o suporte para poder continuar a viagem sem ter que prejudicar o andamento do grupo, já que pacientemente o Bruno ao meu lado me dava todo o apoio que eu necessitava.

Após o sonho de estarada que é a free way caímos na triste e esburacada BR 101, a estrada mais perigosa que enfrentamos. Nela, por duas vezes eu me vi em perigo eminente. Vamos torcer para que as obras sejam concluídas o mais breve possível, o que deve levar mais alguns anos. Até lá eu desaconselho a qual quer pessoa tentar transitar por ela.

O trânsito de caminhões é intenso até mesmo por falta de opção, já que a BR 116 é repleta de serras e é pedagiada, o que faz com que o trânsito oriundo do mercosul seja realizado pela BR 101.


Conforme havíamos combinado previamente eu não fiquei em Florianópolis com o grupo. Preferi continuar por mais de 330 km para Curitiba/PR, onde reside os meus filhos. Parti só, e nessa circunstância já tenho combinado com a esposa e filho que a cada parada na estrada eu ligo para um deles dizendo onde me encontro e qual será a próxima parada. Essa é uma forma de deixar um rastro para que eles possam iniciar uma procura caso me aconteça algum problema. Isso é importante não apenas para quem viaja de moto, pois isso também é recomendado para quem está só em automóvel também. Vai que sejamos ogados para o mato...


Passei duas noites fabulosas em Curitiba, onde pude arrumar a moto providenciando troca de óleo, lavagem e reposição do farol auxiliar, já que quanto mais luz, mais visível você fica.


Marquei para me reincorporar ao bonde no posto da Polícia Rodoviária logo após à entrada da estrada da Graciosa, ainda no Paraná. Parece que tudo conspirou a favor, pois fiquei apenas 10 minutos até que pudesse estar novamente com todos.


Saímos novamente em direção a Brasília, pegando em Juquiá a serra que vai dar em Piedade/SP. Para quem não a conhece eu recomendo, pois é uma bucólica estradinha com uma serra de cerca de 60 km que vai margeando um rio com curvas bem fechadas que podem ser deliciosamente saboreadas, mas com bastante cautela. Parabéns para o comandante Mafra que sempre sabe traçar os percursos.


Paramos para dormir em Sorocaba/SP no Ibis. Saímos de lá por volta de 8:00 h da manhã com destino a nossa última parada, Uberlândia. Pegamos um pouco de chuva, mas chegamos bem e fomos bater um papo gostodo em um restaurante italiano no shopping de Uberlândia.


Bem, o último dia foi marcado por estradas ruins de MG e GO. Que buraqueira!!!!!!


Chegamos em Brasília açoitadas por um baita temporal, que me deixou com os dedos da mão dormentes. Lamentavelmente não fui para a churrascaria com todo o grupo, por conta da Amélia que estava febril me aguardando chegar em casa.