RIO GALLEGOS - COMODORO RIVADÁVIA - 17/09/09

Um percurso de 800 km que iniciamos a 8:00 da manhä com uma temperatura de 13 graus. Pegamos bastante vento e o meu procedimento foi repetido: acionar o piloto automático na velocidade adequada ao vento e sentar torto no assento da moto.

Ficamos sob vento intermitente até percorrermos cerca de 200 km. Daí em diante o vento nos deu uma trégua e conseguimos ir adiante enfrentando dessa vez o sono, que para ele näo houve remédio, a näo ser parar a moto em um posto e esperar ele passar.

Nessas paradas conseguimos perceber que todos que estvam no Ushuaia passeando e tendo carros como locomocäo coincidentemente paravam nos mesmos locais, até porque as alternativas näo existem. Todos viramso uma grande família e sempre temos com que conversar. A pergunta deles sempre é a mesma: Como é que a gente consegue dirigir com o vento????? A resposta é sempre a mesma: em posicäo de desconforto!!!!!!!!!!!!!!!.

Chegamos em Comodoro Rivad{avia por volta das 17:00 h e fomos para um hotel mediano descansar o esqueleto.

USHUAIA - RIO GALLEGOS - 16/01/09

Para esse percurso de cerca de 600 Kms, havíamos combinado de sair o mais cedo possível. Acordar 6:30 h., arrumar as bagagens nas motos, esperar a Amélia ir para o Aeroporto e sair em seguida, tipo 7:30, e já com o café da manhä tomado.


Acordamos no horário e nos deparamos com um Sr. Mau Tempo, com chuva, frio e pouca visibilidade. Resolvemos entäo esperar o tempo melhorar para entäo sairmos. Nessa espera eu levei a Amélia ao aeroporto, voltei e e fiquei sentado esperando o tempo melhorar.

Nesse interim um hóspede da Pousada me chamou para o lado de fora e apontou para os cumes das montanhas mostrando-me que havia nevado, e com certeza eu enfrentaria frio na saída de Ushuaia. Contudo, o dono da pousada me falou que após Touilhin, após a serra, o clima com certeza seria outro.


Cerca de 10:00 h. fizemos uma reavaliacäo do tempo e decidimos que tendo a chuva cessado e mesmo com o termömetro marcando 7 graus valeria a pena pegar a estrada. Vestimos toda a nossa roupa de frio (forro da roupa de cordura, segunda pele SOLO para frio rigoroso, meia especial, luva sobre a também segunda pele da SOLO) e partimos.


Colocamos combustivel no centro de Ushuaia e quando era 11:00 h. estavamos cruzando o posto policial que fica na saída da cidade. Comecamos a subir a serra e uma chuva fina comecou a bater nos nossos esqueletos, nesse percurso a temperatura foi caindo até chegar a 3 graus. Como estávamos bem agasalhados nós näo sentimos frio, a näo ser nas pontas dos dedos dos pés e das mäos. Seguimos firme e apreciamos a neve no cume dos picos e gelo bem próximo a nós. Foi uma imagem muito linda, apesar do frio.

Chegamos no "PASO" ( alto da serra e na passagem mais estreita), e comecamos a descida sepre acompanhados pela chuva e o frio. Näo resistimos e paramos em um posto de combustível em Touilhin, nos aquecemos e continuamos sem abastecer asa motos pois prevíamos fazer isso em San Sebastian (local onde fica a primeira aduana Argentina). Tocamos de Ushuaia até a primeira aduana cerca de 300km sem abastecimento, e realmente ap{os Toulhin a temperatura ajudou bastante.

Vale relatar a experiëncia que fiz. Quando se sai de Ushuaia via terrestre em direcäo ao norte, somos obrigados por razöes territoriais a fazer a aduana Argentina de saída; a Chilena na entrada; novamente a Chilena na saída; e, por último a Argentina na entrada, ou seja, säo quatro fronteiras. É só pegar um mapa para entender melhor. A minha experiëncia foi ousar em fazer todas 4 aduanas sem tirar o capacete e a balaclava (a touca ninja, que apenas deixa a amostra os olhos e o nariz). Acreditem, em nenhuma das quatro aduanas me pediram que retirasse o capacete e a balaclava, carimbavam meu passaporte sem ao menos ver a foto. Se o meu passaporte estivesse com a foto de um macaco ou um jumento, com certeza ele seria carimbado!!!!!!!!!!!!!!!!!

Bem, continuando................pegamos o rípio por mais um vez e pude perceber que o rípio combinado com vento, näo se consegue desenvolver a mesma velocidade que fiz na ida. Fiquei imaginando se o rípio combinado com vento mais chuva seria viável. Em resumo, o rípio também depende de fatores climáticos.


Quando fizemos a primeira aduana chilena o oficial nos informou que a travessia de balsa pela parte mais estreita estava interrompida em razäo das circunstäncias climáticas. Avaliamos se deveríamos dormir em San Sebastian ou ir para Porvenir ( a travessia mais longa). Optamos em seguir e quando estivéssemos no entrocamento que deveríamos escolher por uma das partes da travessia faríamos entäo. Sabíamos que poderíamos dormir em algum ponto desses, näo só em hotel como entäo utilizarmos uma barraca e saco de dormir que estavam em nossas bagagens.


No trajeto eu vi passar na frente da moto uma lebre e em outro momento um cachorro do mato.

No entrocamento nós avaliamos que deveriamos rumar para a parte mais estreita da travessia, já que na outra parte a travessia somente se realiza uma vez por dia e sempre no horário de 18:00 h. O que näo daria tempo pois já eram 16:50 e teríamos mais 100 km de rípio para percorrer.

Seguimos para o sentido da travessia mais estreita e já quase chegando comecamos a perceber que havia carros em sentido contrário, o que era indício de que a travessia havia sido restabelecida.

No momento em que chegamos no local de embarque, já em torno de 18:00 h. , vimos uma fila descomunal e resolvemos passar todos os carros estacionados, pois achamos injustos ficarmos deprotegidos em uma fila de carros. Isso foi a melhor coisa que fizemos, pois tivemos prioridade no embarque e pegamos a primeira balsa, justo a que tambem estava embarcando o Zilmar com o seu Motohome, que estava por lá desde as 15:00 h. , já que havias saído de Ushuaia por volta de 7:30 da manhä.

Atravessamos a balsa em um mar revolto, ondas fortes que batiam nas laterais da barca e espumavam sobre os veículos. Fiquei "mareado" e assim que descemos da barca fui em uma lachonete beber uma coca.

Continuamos pela estrada ap{os perdermos tempo com as quatro aduanas mais a travessia e sob forte vento conseguimos chegar em Rio Gallego por volta de 21:00 h. Em razäo deos hotéis estarem quase todos lotados, por conta do atraso na travessia, eu e o Dalton ficamos em hotéis separados.

Passeando por USHUAIA

Destinamos dois dias parados em USHUAIA. No primeiro dia fizemos um passeio de 6 horas que eu recomendo a todos näo fazë-lo. É super cansativo para muito tempo de barco. Relamente se vë pinguim, pássaros, leäo marinho, etc. Näo compensou.

No segundo dia dediquei-me a tentar recuperar o meu celular que esqueci no restaurante onde jantei na véspera. Ele virou pó!!!!!!!!!!!!!!!!!! O Restaurante: "LA RUEDA", péssimo atendimento, comida ruim e näo me devolveram o celular, achei muito difícil algum turista pegar e näo devolver, e olhe que o restaurante foi recomendado pelo pessoal da Pousada em que ficamos.

Curioiso é que realmente os restaurantes em Ushuaia näo säo bons, mas sabem cobrar caro. A excecäo foi o ALMACEN, um misto de vinoteca, padaria, butique e amostra de tranqueiras antigas. Tem um atendimento bem simpático e precos honestos. Esse valeu a pena.

Ushuaia, dita a cidade mais austral do mundo (até porque näo a é, pois Puerto Willians, misto de cidade e base militar chilena fica em posicäo mais austral), é uma cidade muito visitada por europeus que näo só a vistam mas também toda a patagönia, tanto a Argentina como a Chilena, o mundo amante da natureza ali se reune. Interessante foi perceber que eles visitam a Patagönia e nem querem saber de Buenos Aires ou até mesmo Santiago do Chile, e muito menos o Brasil.

Achei mutito interessante também o fato de que os Chilenos estäo prestando de forma QUASE INÉDITA O SERVICO DE LOCACÄO DE MOTOS NA AMÉRICA LATINA, BMW E kAWASAKI.